O sensual, de uma forma só nossa

O sensual, de uma forma só nossa

domingo, 20 de novembro de 2011

Quando nações se tornam cárceres.



Continuando a falar sobre liberdade.


A liberdade é minha religião, liberdade das mãos e da mente - no pensar e no trabalhar.
Liberdade é uma palavra odiada pelos reis e amaldiçoada pelos papas. É uma palavra que despedaça tronos e altares - que deixa a coroa sem súditos e as mãos estendidas da superstição sem esmolas.
Liberdade é a consequência, o fruto da justiça, o perfume da clemência.
Liberdade é a semente e o solo, o ar e a luz, o orvalho e a chuva do progresso, o amor e a alegria. Robert G. Ingersoll.




José Ingenieros (1877-1925 - O homem medíocre)


"Matilhas de medíocres novatos, atadas pelo pescoço com a correia de apetites comuns, ousam denominar-se partidos. Ruminam um credo, fingem um ideal, arreiam fantasmas consulares e recrutam um exército de lacaios. Isso basta  para disputar abertamente cargos e privilégios governamentais.
Cada facção elabora sua mentira, transformando-a em dogma infalível.
Os patifes reúnem esforços para enaltecer o valor de seu fantasma: chamam sua incompetência de lirismo, sua vaidade, de decoro, sua preguiça, de ponderação, sua impotência, de prudência, seus vícios,de distração, sua velhacaria, de liberalidade, seu envelhecimento, de maturidade.
A hora é favorável: as sombras aumentam quanto mais aumenta o crepúsuclo. Em certo momento, a ilusão cega os homens, silenciando a verdeira dissidência."


Alguma  semelhança com nosso país?


Leio antes Bertrand Russel (meu filósofo preferido, que me ensinou o bê-a-bá da vida). "Evidentemente o pensamento não é livre. Se proferir certas opinões torna-se impossível encontrar um ganha-pão."
Mas vá lá. Está na imprensa, está nas ruas, está em na mente do povo. Mas... com a violência não se brinca. Vou falar.


No Brasil, as 'asas' da liberdade  foram cortadas. Um pássaro sem asas. (Sabiam fazer metáforas. Confundiram-na com o Espírito Santo.) E o sinal vermelho-sangue se ilumina. Todas as manobras são feitas para calar a imprensa, calar os escritores. A língua portuguesa tem que ser descaracterizada - o patrimônio de um povo tem que ser dilapidado. Calar o povo? O povo não fala! Precisa de uma língua para expressão? Contando que dê pra se fazer entender. 'Eu vou comprá  dois pão." E daí em diante, assiste-se ao doloroso espetáculo do desmoramento de uma nação. Desestimula-se a leitura, substitue-se pela História em Quadrinhos (Nada contra ela em si). E vê-se o fiasco de um Enem, sem perfil, sem cuidado (propositalmente) para judar afilhados ou ignorantes, diante da intriga escabrosa de questões antecipadas para 'privilegiados', tornando a maioria 'tola com caneta".


Onde o movimento estudantil em busca da cultura? O governo os embebedou e lhe prometeu 'ministérios' E lhe dá dinheiro para orgias, regadas  a wisque e vodca  - com o lema ' revolução pela garrafa' (Veja,2/11/11) e, no chão molhado, encharcam seus Nike e, Adidas. Nós pagamos. Sem reclamar.


Russel, você já sabia a nossa história?


Mas é a vez dos comunistas no poder. Têm que mostrar a sua cara. Já não traíram o Brasil uma vez? Mas a historia é cíclica, e hoje, 'contrariando seus princípos' deitam e rolam na corrupção. No governo.(Veja,2/11/11).


Liberdade?! Ideais afogados. Onde o povo? É domesticado, não fala em liberdade. Paradoxo: são livres no servilismo.
Onde estão nossos filósofos, escritores, líderes?
E as perguntas:
(Às igrejas.) Os mandamentos fizeram do mundo um mundo melhor?
(Aos ditatores.) Saciaram com ouro e maldade sua criminosa alma?
(Aos corruptos.)
- O dinheiro do crime os fez livres?
(Aos nossos juízes.)
- Colocar a toga os fez autoridades para defender nossas leis?
- (Ao povo.) Já ouviram falar da palavra LIBERDADE?


Antecipo o assunto sobre liberdade: fontes para.
Metáfora e realidade. Para vivê-la.
Na minha humilde compreensão.
Não posso nem poderia competir com autoridades no assunto. Mas, com um  pouco de rebeldia, eu posso falar simplesmente dela. Me desculpem pela insistência.


Fecho com:
"Nas pequenas contingências da vida ordinária, o homem vulgar pode ser mais astuto e hábil; mas, nos grandes momentos da evolução intelectual e social deve se esperar tudo do GÊNIO".
(José Ingenieros)


P.S. Não confundir com o 'gênio' preso na garrafa que, quando liberto, realiza sempre três pedidos. É uma boa piada, enquanto piada. Mas banalizá-la...




Um comentário:

Isabela Ferrari disse...

Liberdade, lindo!!! Neste dia de meu aniversário (20.novembro), o que eu mais aprecio e que mais valorizo! Vc adivinhou, Joana?!?! Sei que queremos ser aprisionados pela sedução daquele que não escraviza demonstrando sua insegurança em nos ter. Mas, sim, aprisionadamente seduzidos pela capacidade do outro emanar aromas de verdadeiro amor, que combinam com toda a "decoração": atitudes, discursos, gestos, falares, pensares e silêncios...