A GUERRA DOS SEXOS
Manchete: A mulher venceu a guerra do sexo. Marketing?
Ciência? Política? Mas que acendeu um desejo íntimo, uma chama que iluminaria
uma disputa bíblica e que se poderia falar em igualdade dos sexos, acendeu. Fiquei
curiosa pela reportagem, com certeza.
Esta é a opinião da jornalista americana Hanna Rosin.
Diz que os homens dominam há 400 anos.
As mulheres, há 40. Leis e regras já existem. ‘ É crime oprimir ou discriminar as mulheres – na democracia.’ (Fora
dela, podem o que quiserem. A mulher não reclama.) Eu sempre pensei que
democracia inclui IGUALDADE! Feliz é
o homem que pode viver sem lei e sem regra.
Pra ele a democracia funciona. Se sou feminista? Sou.
400 anos? O domínio começou na Idade Média? Deixa pra lá.
Vamos aos fatos. Na mídia.
Revista aberta, feitos de homens: 90%. Na política, nos
negócios, nas invenções, na tecnologia, na filosofia, nos esportes... Os 10%
restantes nas páginas escancaradas: duas fotos de mulheres: uma atriz, seminua,
sorrindo, nos revela seus desejos: quero
emagrecer 3 quilos e levantar meu bumbum. Outra de uma socialite mi ou
bilionária. Seus desejos: ter o jato marca ... o melhor e mais caro do mundo, (ela
tem jatinho) e ganhar na Mega Sena.
Virando a página: Uma reportagem de mulheres que sofreram abuso sexual na
infância, um pedido de uma ‘celebridade’, na Justiça, para retirar cenas de
sexo (públicas) encenadas na juventude. Outra, à procura de fotos dela nua, que
ganharam a internet. E uma mulher
acusada de chantagear o juiz em defesa do marido preso. É, a mulher ganhou a
guerra dos sexos. Quem não está na revista, está batalhando por um segundo
trabalho, ou passando roupa, ou levando as crianças nas atividades, ou
esperando o marido ou outro afazer rotineiro de donas de casa. Ou jogando
buraco. Ou escrevendo... como eu agora.
Outra manchete me chamou a atenção: Vingança na novela. Tive
de ler devagar para entender, já que não sou fã desse gênero. Uma
personagem passa a vida fazendo maldades
aos outros. Motivo.. sofreu abuso do pai na meninice. Ah! Freud!
Um entrevista com a autora de Cinquenta Tons de Cinza, E.L.James,
com seu romance de sexo sadomasoquista, o sucesso no planeta Terra. Toda a
mídia imaginável ou ainda por imaginar, tratando-o como megassucesso. O que realmente está sendo. E como sugeriu um
humorista, as mulheres subiam as paredes como lagartixas. Conseguiu que eu
risse. Fiquei imaginando-as agarradas às paredes. Foi no que deu a palavra de
ordem religiosa: Sexo: pecado capital.
Detalhe: falam do livro como erótico!!!!! Jogada de
marketing. Aliás, o livro é marketing. A obsessão pelo sexo explodiu. Elas têm
razão. Nada como conhecer técnicas sexuais novas, fazendo a mixagem da dor e do
prazer. A cada chicotada, um sorriso e exclamação num gemido: Bata outra vez, meu querido.
Uma ironia. Um romance da escritora e ativista americana,
Naomi Wolf, Vagina, com o tema: o
preconceito que a sociedade tem em relação ao órgão genital feminino. Seu
livro foi censurado, mais precisamente a palavra Vagina. Assim, o iTunes Store exigiu a troca de título. Ficou ‘V’. E V insinua tanta coisa... E
cada palavra que se referia a sexo, só era escrita em sua primeira letra + ...
Ex.: p..., b...
Li atentamente as três ultimas reportagens. Todas de
escritores. Me interessa e muito. Quanto
mais falando da mulher.
Gostei de Naomi Wolf, me comuniquei com ela. Um avanço no
assunto mulher.
Sobre a vingança na novela Avenida Brasil. É interessante que
sempre há uma desculpa para a maldade da mulher: abuso sexual. A maldade dos homens, ah! são vítimas. Vocês
conhecem a história bíblica... É incrível como a mulher é mostrada em seus
aspectos mais submissos, fracassados, maldosos e desestimulantes, com uma
ignorância impublicável.
Cinquenta Tons de Cinza. O megassucesso. O sexo não tem
regras, diz ela. Ela disse, tá dito.
Não li o livro, mas as notícias chegam até a gente. Afinal,
após a Globo anunciar o sucesso, as filas, no Brasil, se formaram nas portas da
livrarias. Como lagartixas... elas...E eu, curiosa, numa reunião. abri o livro
que uma amiga ganhou de presente, no começo. Nada acontecia. Folheei
aleatoriamente e li... minhas pupilas
dilataram, as chicotadas. Três no ventre e outra no clitóris. Li em voz alta.
Silêncio absoluto. Dei de ombros. Fazer o quê! Fechei o livro, mas o abri outra vez... mas no final. Bem...risinho malicioso....
Continua...