O sensual, de uma forma só nossa

O sensual, de uma forma só nossa

domingo, 27 de novembro de 2011


É Natal. Festa da Família. Presentes. Sugestão: O sennsual, de uma forma só nossa. Joana Rolim. Nasceu na liberdade. Muitas metáforas, para a realidade.

Á venda nas Livrarias Curitiba e Livraria do Chaim.
 Site: Busca :autor



http://www.livrariascuritiba.com.br/searchresults.aspx?type=2&dskeyword=JOANA%20ROLIM&IdProductType=1&idproductcolor=3

Liberdade...Metáforas...Ah!



                             

Num exemplo simplista, uma reflexão de momento me levou ao último verso de um poema que escrevi: 'A escolha da liberdade'. Eu era jovem, talvez ainda não a entendesse. Mas a desejava. Resquícios de conceitos? Idealismo? O tempo, sempre o tempo, que dá cara aos momentos, me esboçou o passado: plantava-se no coração dos jovens o idealismo, a liberdade, alegria... trabalho. Mesmo no Brasil, aldeia fechada, que nos fechava também. Desmistifiquei obstáculos que impediam essas sementes de crescer. E tenho muito a aprender. Não sabia se elas venceriam. Meus textos foram meu diário. Eu vi um botão em cada texto escrito, e nas minhas poesias em particular. Foi nelas que aprendi a fazer metáforas.  A realidade se sobrepôs, e as metáforas se transformaram em arte. Jornada difícil. Aventura de vida. A metáfora na vida. Entendi.

Liberdade tem Beleza, Elegância, Perfeição e Disciplina. Como o Universo.

Assisti a uma entrevista, gravada, de Joseph Campbell ( O Poder do Mito). Toda a ânsia do Ser em criar uma ligação com o Universo.
Um exemplo de Mito. Mexeu comigo.  O mito e a expressão brilhante de seu olhar enquanto falava.

"Ritual da sexualidade" entre indios: A festa dura dias. Muita dança, cantos. Uma cabana. Uma jovem, nua, deitada no chão. A jovem feliz.  Entra um rapaz para sua iniciação sexual. Depois mais um, outros. Felizes. Cientes de seu fim. Viveriam a sua verdade. No sexto, a cabana desaba. Mortos, assados, comidos.'

Ainda na entrevista:
Repórter - O mito é mentira!
Campbell - O mito é metáfora.
Repórter - O mito é mentira!
O escritor de repente compreendeu que o repórter não sabia o que era uma metáfora. Também questionou os mitos de hoje: Quais são nossos mitos? O mercado? Isso até 1987. De lá pra cá muita coisa, sutil e velozmente,  aconteceu.

 Assistindo ao jogo de vôlei da seleção brasileira, sua derrota previsível na quadra, observei um detalhe: em letras chamativas, o nome do patrocinador. Na camisa, no peito. Um pequeno símbolo, acima, se referia ao Brasil.

Não era assim. Lembro-me das letras chamativas e inflamadas de entusiasmo -Brasil - nas camisas - verde - amarela - dos atletas. Eles representavam o Brasil. Tinham consciência disso. Eram nosso orgulho, éramos nós lutando - para vencer. Livres no patriotsimo, no grito, na torcida, na alegria. Queríamos a Perfeição. A vitória. Foi uma sensação estranha.

O detalhe na camisa me marcou. Como o brilho dos olhos do escritor, no caso horripilante narrado. Depois entendi que ele vibrava pelo mito em si. Este acabou. Outros não. Outros evoluíram. E fez a dramática pergunta: Quais os mitos atuais?
De lá para nossos dias, a humanidade deu um salto. Para o abismo? Cabe às gerações ainda presentes decidirem.

Voltei ao jogo. O repórter, no desespero, gritava. Faltou técnica, faltou trabalho! Faltou responsabilidade! Disciplina! Faltou garra! Não pode deixar de receber a bola! O que é essa indecisão! Isso é levantamento Que tática!? Brasil! De repente um grande movimento. A torcida dele vai à loucura. Mais decisão! Mais potência na luta! Quanto mais erros você cometem, mais são dominados!  E a derrota. Não eram livres para a vitória.

Suas palavras  eram a ânsia de perfeição se manifestando, de liberdade abrindo uma brecha para a vitória, no grito de desespero ante a imagem da tristeza. Era comunicação íntegra, eficaz, que não comportava derrota. Mas aceita, cabisbaixa, coração apertado.

Onde nossos mitos para explicar o homem e o universo?
Fala-se no mercado, nas ideologias políticas ultrapassadas, que fazem e desfazem seguidores, que distribuem medalhas e  que criam suas próprias metáforas. Transformadas em realidade. E aguentemos os mitos arcaicos que nos dominam, dominam metade da humanidade, como os religiosos. Alguns de dois mil anos atrás. Outros mais., Outros recentes. Com personagens falsificados em tramas servis. A ciência é que defende a liberdade. Somos descendentes de símios. Agimos por imitação. 

Se mito é metáfora, ele não é mentira, mas não é realidade! Aí o problema. Transformar o mito em realidade. Mitos caducam. Aprisionam. São ninhos de preconceitos, de ignorância, são 'algemas invisíveis' (metáfora). Aí um empecilho para a liberdade. Aí o blefe imposto à humanidade.
Um vitória tem sua engrenagem. Na derrota do Brasil, ela não esteve presente. A liberdade tem sua essência .Me lembrei da Gestalt, de um seu princípio básico: o paradoxo: liberdade necessita de disciplina. Aprendi isso cedo. A minha e a compartilhada. Na comunidade. Na nação. No mundo.

Depois... o jogo de tênis. Federer jogando. A platéia iluminada com jogos de luzes, destacando rostos. Alegres, torcendo, vibrando, livres. Um cartaz se iluminou, uma metáfora brilhou: SE O TÊNIS FOSSE RELIGIÃO, FEDERER SERIA DEUS.
Nessa religião eu entraria: ELE lidera como gênio, lidera pela perfeição, pela liberdade, pela competência, pelo exemplo, pela emoção, não dita leis, não promete nada e não manda recados.

P.S. "Seus olhos são estrelas." Uma metáfora. Transformada em comparação: 'Seus olhos brilham como uma estrela brilha. Olhem mais atentamente para o olhar dele. Verão a liberdade.

Segredo: Liberdade é comunicação.
                                                                                                         Joana Rolim

domingo, 20 de novembro de 2011

Quando nações se tornam cárceres.



Continuando a falar sobre liberdade.


A liberdade é minha religião, liberdade das mãos e da mente - no pensar e no trabalhar.
Liberdade é uma palavra odiada pelos reis e amaldiçoada pelos papas. É uma palavra que despedaça tronos e altares - que deixa a coroa sem súditos e as mãos estendidas da superstição sem esmolas.
Liberdade é a consequência, o fruto da justiça, o perfume da clemência.
Liberdade é a semente e o solo, o ar e a luz, o orvalho e a chuva do progresso, o amor e a alegria. Robert G. Ingersoll.




José Ingenieros (1877-1925 - O homem medíocre)


"Matilhas de medíocres novatos, atadas pelo pescoço com a correia de apetites comuns, ousam denominar-se partidos. Ruminam um credo, fingem um ideal, arreiam fantasmas consulares e recrutam um exército de lacaios. Isso basta  para disputar abertamente cargos e privilégios governamentais.
Cada facção elabora sua mentira, transformando-a em dogma infalível.
Os patifes reúnem esforços para enaltecer o valor de seu fantasma: chamam sua incompetência de lirismo, sua vaidade, de decoro, sua preguiça, de ponderação, sua impotência, de prudência, seus vícios,de distração, sua velhacaria, de liberalidade, seu envelhecimento, de maturidade.
A hora é favorável: as sombras aumentam quanto mais aumenta o crepúsuclo. Em certo momento, a ilusão cega os homens, silenciando a verdeira dissidência."


Alguma  semelhança com nosso país?


Leio antes Bertrand Russel (meu filósofo preferido, que me ensinou o bê-a-bá da vida). "Evidentemente o pensamento não é livre. Se proferir certas opinões torna-se impossível encontrar um ganha-pão."
Mas vá lá. Está na imprensa, está nas ruas, está em na mente do povo. Mas... com a violência não se brinca. Vou falar.


No Brasil, as 'asas' da liberdade  foram cortadas. Um pássaro sem asas. (Sabiam fazer metáforas. Confundiram-na com o Espírito Santo.) E o sinal vermelho-sangue se ilumina. Todas as manobras são feitas para calar a imprensa, calar os escritores. A língua portuguesa tem que ser descaracterizada - o patrimônio de um povo tem que ser dilapidado. Calar o povo? O povo não fala! Precisa de uma língua para expressão? Contando que dê pra se fazer entender. 'Eu vou comprá  dois pão." E daí em diante, assiste-se ao doloroso espetáculo do desmoramento de uma nação. Desestimula-se a leitura, substitue-se pela História em Quadrinhos (Nada contra ela em si). E vê-se o fiasco de um Enem, sem perfil, sem cuidado (propositalmente) para judar afilhados ou ignorantes, diante da intriga escabrosa de questões antecipadas para 'privilegiados', tornando a maioria 'tola com caneta".


Onde o movimento estudantil em busca da cultura? O governo os embebedou e lhe prometeu 'ministérios' E lhe dá dinheiro para orgias, regadas  a wisque e vodca  - com o lema ' revolução pela garrafa' (Veja,2/11/11) e, no chão molhado, encharcam seus Nike e, Adidas. Nós pagamos. Sem reclamar.


Russel, você já sabia a nossa história?


Mas é a vez dos comunistas no poder. Têm que mostrar a sua cara. Já não traíram o Brasil uma vez? Mas a historia é cíclica, e hoje, 'contrariando seus princípos' deitam e rolam na corrupção. No governo.(Veja,2/11/11).


Liberdade?! Ideais afogados. Onde o povo? É domesticado, não fala em liberdade. Paradoxo: são livres no servilismo.
Onde estão nossos filósofos, escritores, líderes?
E as perguntas:
(Às igrejas.) Os mandamentos fizeram do mundo um mundo melhor?
(Aos ditatores.) Saciaram com ouro e maldade sua criminosa alma?
(Aos corruptos.)
- O dinheiro do crime os fez livres?
(Aos nossos juízes.)
- Colocar a toga os fez autoridades para defender nossas leis?
- (Ao povo.) Já ouviram falar da palavra LIBERDADE?


Antecipo o assunto sobre liberdade: fontes para.
Metáfora e realidade. Para vivê-la.
Na minha humilde compreensão.
Não posso nem poderia competir com autoridades no assunto. Mas, com um  pouco de rebeldia, eu posso falar simplesmente dela. Me desculpem pela insistência.


Fecho com:
"Nas pequenas contingências da vida ordinária, o homem vulgar pode ser mais astuto e hábil; mas, nos grandes momentos da evolução intelectual e social deve se esperar tudo do GÊNIO".
(José Ingenieros)


P.S. Não confundir com o 'gênio' preso na garrafa que, quando liberto, realiza sempre três pedidos. É uma boa piada, enquanto piada. Mas banalizá-la...




domingo, 13 de novembro de 2011

LIBERDADE

Liberdade.Todos a cantam. Todos  com ela sonham.Todos a exaltam, ou por ela lutam.Todos? Não. Nesse mesmo momento, mentes-urubu, com sede de almas e sangue, forjam seus ataques àqueles, desprevenidos, que estão sonhandoa  vida-liberdade, aprisionando-os em seu ser catastrófico.
Liberdade conta a história da humanidade. E a palavra, íntegra em sua essência, vai inchando com significados parasitas que tolhem qualquer ritual para vivê-la., com seus anseios hipnóticos.

Aqui, alguns conceitos de liberdade:.

"Liberdade, igualdade, fraternidade." (Divisa da Revolução Francesa)

"Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela. (G.B.Shaw)

"O mundo inteiro aspira à liberdade e, no entanto, cada criatura é apaixonada por suas correntes. Esse é o primeiro paradoxo e o nó inextricável de nossa natureza." (SHir Aurobindo)

"Quando uma vez a liberdade explodiu numa alma de homem, os deuses nada mais puderam fazer contra esse homem." (Sartre)

"As melhores coisas sobre liberdade têm sido escritas no cárcere." (Sofocleto)

"Tenho encontrado homens e mulheres que orgulhosamente proclamam a  LIBERDADE DE SEREM ESCRAVOS DE SEUS VÍCIOS." (Hermógenes)

"Evidentemente o pensamento não é livre; se proferir certas opiniões, torna-se impossível encontrar um ganha-pão." (Bertrand Russel),

"Quem primeiro pensou que a liberdade e a igualdade podiam encontrar-se era um idiota ou um charlatão; a igualdade está longe de concordar com a liberdade, que a exclui." (Marquês de Custine)

"Liberdade. Contanto que eu não fale em meus escritos nem da autoridade, nem do culto, nem da política, nem da moral, nem das pessoas de boa  situação, nem dos corpos que têm prestígio, nem de ópera, nem dos demais espetáculos, nem de ninguém que esteja ligado a qualquer coisa, posso imprimir tudo livremente, sob a inspeção de dois ou três censores." (Beaumarchais)

"Se o homem nasceu livre, deve governar-se; se ele tem tiranos, há de destroná-los."  (Voltaire)

"O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado." ( Rousseau)

"Homem livre é aquele que  não tem escravos." ( Nicole Vedrès)

"Também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto." (Millôr Fernandes)

Para encerrar:
"Liberdade é uma dessas palavras detestáveis, que têm mais valor que sentido: que cantam mais do que falam; que perguntam mais do que respondem; dessas palavras ótimas para a controvérsia, a dialética, a eloquência; tão apropriada aos fins de frases que desencadeiam trovões." (Paul Valéry)

Após todos estes conceitos, deduz-se que a época o define, isto é, o homem na sua época.

Não me arrisco a dar um conceito desta palavra, já que conceito é feito de palavras. Assim, nesta semana, vou definir para mim seu significado. Se a vivo. Se com ela eu me engano. Ou se é só uma meta.
Mas sei reconhecer se uma pessoa não é livre. Se é uma mente-urubu com sede de almas e de sangue, porque não  a tem  e bebe sua essência,  roubando-a dos outros. Disso quase todos nós sabemos.

Continua no próximo artigo. É um assunto fascinante.