O sensual, de uma forma só nossa

O sensual, de uma forma só nossa




        A Poesia como Mistério de Ser.

O sensual de uma forma só nossa, da escritora Joana Rolim é uma obra dedicada às mulheres, mas também um canto unissex. No entanto, só possível interpretá-lo pessoas que verdadeiramente amam, foram amadas e de todas as formas fantasiaram o amor; sem hipocrisia, pudores e nojos do cheiro forte da porra, do gozo que lambuza e pode até ser sentido no coração e na boca.
Amor, enigma, tempo, imagens refletidas, ilusão, sedução, vida, sexo, perfume e ciúme estão presentes nas cem páginas do livro que, para uns pode ser quase uma pornografia implícita, para mim um canto poético, um tributo ao amor, sem frescura, desmedido, uma tara da fértil imaginação, presentes nos poemas "Homem-Bicho-Sacana" (...) ou na suavidade em "Fatia do Tempo", "Sedução e Ingenuidade", "Tempo de Ser" e outros mais.
Não obstante, a poetisa Joana se encoraja e afirma que uma atéia pode não crer em Deus, mas sua referência de criação e de vida é o amor; mesmo sem a àgua batismal, em meio à realidade religiosa, digladiando diuturnamente com o bem e o mal, enfrentados todos os santos dias.
Joana Rolim canta também os desejos recônditos em suas entranhas insaciáveis e illusórias, em "Rebeldia", em "Alucinação" e se compraz com a atualidade virtual em "E-mail-Prazer", capaz dos delírios teclados que voam  junto às nuvens na busca infindável da doação proibida dos amantes, em "Miragem" ou em "Amor sem Nexo".
Narcisista que também é, a poetisa constrói o "Poema Pra Mim", onde usa um homem para falar de si própria, comparando-a como uma "Gota de Amor", que pode pode ser rejeitada, engolida ou evaporada.
O livro termina falando de saudades que abrem o mundo, enfrenta o vazio das perdas e medos. Ou das lembranças a serem construídas no amanhã porvir, enquanto houver homem/mulher desejosos, apaixonados e sedentos de amor?
Parabéns pela coragem do falar de amor desta forma fiel, indecifrável, mas com elegância ao utilizar palavras descompromissadas com o puritanismo dos incubados, quando o assunto é amor, vivido ou não.

Seu amigo e admirador C.E. Curitiba/PR - setembro/2011

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